
Quando recebi a proposta da Linia Brandt para falar de livros para a recente revista digital Europa Literatura Network aceitei o desafio com uma imensa alegria. Se bem que após algum tempo e algumas conversas para tratar sobre o projeto dei-me conta do tamanho da responsabilidade diante de mim. Porque falar de livros, ou analisar um livro em específico, é uma tênue e sensível tarefa pela simples razão de que estarei a falar e analisar um trabalho que não foi feito por mim e que na maioria da vezes não será-me pedido para o fazer. E muitas obras serão de autoras e autores próximos, pessoas queridas cuja dedicação àquela obra pode muito bem ser resumida ao trabalho de uma vida.
Falar de livro é um trabalho da crítica literária. E sem entrar em muitos pormenores, a função de uma análise crítica de uma obra é, dentre muitas coisas, a de trazer ao (futuro) leitor uma informação extra sobre o texto em questão. Esta informação « extra » é, bem da verdade, um conjunto de informações nas quais são observados não somente a obra e o autor, mas aspectos literários como o estilo de linguagem, gênero literário, a narrativa, estrutura textual, contexto, tema, personagens, contexto externo, etc.